21 de set. de 2012

Cantiga do Perdão

Não te iludas amigo, por mais se expandam lágrimas contigo todo lamento é vão, tudo que tende para a perfeição, todo bem que aparece e persiste no mundo,
vive do entendimento harmónico
e profundo através do perdão.
Perdão que lembre o sol no firmamento, sem se
fazer pagar pelo foco opulento a vencer dia a dia
a escuridão da noite insondável e fria e a nutrir,
no seu longo itinerário, o verme e a flor,
o charco e o pó, o ninho e a fonte, de horizonte a horizonte, quanto for necessário.
Perdão que nos destaque a lição recebida
na humildade da rosa.
 Bênção do céu, estrela cetinoso que, ao invés
de pousar sobre o diamante, desabrocha no
espinho como a dizer que a vida de caminho
a caminho, não despreza ninguém.
Libera generosa, alta e fecunda, quer que toda
a maldade se transfunda na grandeza do bem.
Perdão que se reporte à brandura da terra
pinoteada, esquecida heroína de paciência que
acolhe em toda a parte os detritos da morte
e sustenta os recursos da existência.
Mãe escrava sublime de amor mudo que preside
em silêncio o progresso de tudo.
Amigo, onde estiveres, assegura a certeza de que
o perdão é a Lei da Natureza, segurança de todos
os misteres; perdoa e seguirás em liberdade
no rumo certo da felicidade.
Nas menores tarefas que realizes, para lembrar
sem sombra os instantes felizes, na seara da luz,
na qual a luz de Deus se insinua e reflete, é forçoso exercer o ensino de Jesus que nos manda perdoar, setenta vezes sete, cada ofensa que venha a perturbar o nosso coração.
E isso vale afirmar na senda de ascensão que,
em favor da vitória a que aspiras, na luta
transitória é mais do que importante, é essencial
que te esqueças por fim, de todo o mal e que em tudo no bem a que te dês seja aqui, mais além, seja agora ou depois, Deus espera que ajudes e abençoes, compreendendo, amparando e servindo outra vez.

Francisco Cândido Xavier
Casa Pai Nosso

Nenhum comentário:

Postar um comentário